Prólogo

00:22 / Postado por Figgis /

“Me enterre quando eu for? Me ensine enquanto eu estiver aqui?
Quando chegar a hora de pertencer, será a hora que eu desaparecerei (...)”
James Hetfield / Lars Ulrich


São três horas da manhã. Deitado em uma planície, em alguma parte do mundo, um homem observa as estrelas. Olha para o negro céu pontilhado de amarelo enquanto uma leve brisa acaricia seu corpo.
Este homem passou sua vida inteira tentando compreender o sentido da vida, o sentido de estar ali naquele momento e naquele lugar. O que será que o levou até ali? No percurso de sua vida, tomou várias decisões, escolheu vários caminhos que considerou melhor e essa jornada o levou a ser o homem que era.
Mas será que ele teria como escolher outro percurso? Ou como em um programa de computador, uma equação matemática, todas as decisões que tomou eram apenas as somas de fatores genéticos combinados com as condições que a vida lhe impôs?
Ele encontrou várias perguntas sem resposta em seu caminho, para algumas conseguiu achar respostas satisfatórias. Para outras, ele acreditava que com o tempo as encontraria, e para tantas outras as respostas que achou pelo caminho, com o decorrer do tempo, percebeu que não eram tão corretas como ele imaginava, e então teve a humildade de abandona-las e recomeçar do princípio.
Algumas vezes, encontrou-se em situações difíceis e precisou enfrentar seus inimigos. Em outras ocasiões, ele foi inimigo de si mesmo, e em algumas batalhas venceu, em outras perdeu.
No fim das contas, ele só tinha uma certeza, assim como ele nasceu um dia e vivia aquele momento, ia chegar a hora em que tudo aquilo ia cessar, e tivesse ou não as respostas, ele iria morrer, e embora não soubesse quando ou como isso ia acontecer, ele sabia que tudo tinha um começo, um meio e um fim.
O dia já ia clareando e então nosso amigo resolveu voltar para casa, se levantou mesmo sem ter encontrado o sentido da vida e caminhou na direção do horizonte. Momentos depois, sem nem ao menos perceber, caiu ajoelhado sobre a grama rasa, e sentindo seu coração parar aos poucos, a falta de oxigênio e a circulação de sangue cessando lentamente, pode perceber que sua hora tinha chegado. O homem morreu ali, sem conhecer as respostas para suas dúvidas, sem saber o que aconteceria a seguir, sem nem ao menos saber que aquele era seu momento. Ele morreu.
Tudo tem um começo meio e fim, não nos damos conta quando tudo começa, seguimos nossos caminhos durante o meio, e sem que nos percebamos, chega nosso fim. Esse é o destino de todos os homens. Um dia morreremos como morreu o homem da planície.
Não apenas como pessoas, mas como a civilização em geral, podemos ter certeza de uma coisa, assim como nascemos e morremos, alguém antes de nós já esteve aqui, e alguem depois de nós ocupará nosso lugar.
E é exatamente sobre isso que nossa história tratará. E é exatamente isso que Daniel vai descobrir bem antes do que ele imagina...

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