Linhas Tortas/Não Ter

01:02 / Postado por Figgis /

(Esses dois textos que coloco nessa postagem não foram escritos por mim, e sim por um grande amigo, Renato, que vem aprendendo com o tempo a exorcizar seus demônios através das palavras, e assim fazendo tem criado belos manuscritos, como os dois que coloco aqui, um abraço Renato.)


Linhas Tortas


Se por um acaso escrevo em linhas tortas, é porque a reta não mais me interessa, seguir reto seria o caminho mais medíocre do qual, pessoas mais certas apenas sentem o dispensável prazer de ser dispensado.
Amar leva a pessoa à loucura, tentar apenas um sentimento da distância, de alguém que faz seu coração suspirar por um beijo na testa, demonstrando respeito, um beijo no rosto dizendo: nossa amizade é eterna, um selinho demonstrando paixão, e finalmente o ardente beijo em chamas, demonstrando um mar de rosas, O DESEJO.
Sentir é saber que estamos vivos, mais a vida nos mostra que infelicidade faz a maior parte de nossas vidas, nos provando que somos seres humanos e que temos coração, é a maior prova de nossa existência, só ainda não me provaram que estou vivo por uma boa causa.
Sentir o coração bater. Ah o coração! É quase dizer que ama a si próprio, é sentir o calor do próprio corpo, é suspirar, é ser feliz, ou estar perto de alguém, a quem tem um forte desejo de relação, não importa a qual. O coração com fortes batidas, é estar nervoso, é sentir vontade, é querer, e não ter.



Não Ter



Perdi alguém da qual eu amo muito, do qual sinto desejos, do qual penso a todo instante, a cada segundo, não há distração, não a tempo que me deixe esquecer nem sequer um segundo. Perder é fechar um livro do qual eu comecei uma história, sem querer parar nesse fim tão inesperado, sem querer fechar tal livro e deixar empoeirando em um canto qualquer, em alguma estante velha, um criado do qual não se usa mais, no porão, onde tudo é escuro e medonho, não importa onde, mas em qualquer lugar a poeira vai cobrir aquele livro, da cor da paixão, e com o tempo se torna negro, sendo coberto por pó marrom. Difícil é viver sem ter terminado com um final, um final do qual daria tudo para que fosse feliz, um final, do qual me mostre a verdadeira felicidade, amar, querer tal felicidade, ter a pessoa da qual entrego minha vida, meu coração, minha mente, minhas palavras.
Oh! Minhas palavras. É a forma da qual encontro para chorar, já que em meus olhos não se tem mais lágrimas, e já que a pessoa amada e não minha, as libertou para que elas pudessem voar. Eu gostaria que apenas a tinta de minha caneta esgotasse, daí seria apenas um tempo até eu reabastecer, e continuar tal história, tal romance, tal perdição carnal, tal liberdade de seguir em frente, num corpo quente, do qual eu tanto quero.
Eu gostaria sim de não estar escrevendo tais palavras, gostaria de deixá-las presa já que o contrário disso tudo, seria eu ter minha amada em meus braços.
Dizem que o amor é bobo. Não, o amor é uma doença da qual quando acostumados a perder nesse aspecto, sem ao menos estar sentindo, sabes que sem tal sentimento, a vida não faz sentido, que o legal, é carregar tal peso no coração, estar apaixonado, para que possa contar os dias, para que possa contar as horas, para que chegue o tão esperado momento de olhar no fundo daqueles olhos novamente, de sentir-se protegido de qualquer mal que venha acontecer, sentir que a maior proteção é ter aquela pessoa, aquela da qual você nunca esqueceu, nem segundos nem minutos, nem no almoço, nem ao som de uma música, nem quando passear com o cachorro, ou lavar o carro, nem assistindo aos filmes, que às vezes mostram cenas, ou dizem palavras que lhe faz sentir falta, falar com um amigo, fazer coisas, pequenas coisas que possa se transformar em grandes alegrias.
A vida não tem sentido sem a pessoa da qual amo, mas a pessoa que amo, eu não tenho, no entanto tento, por mais que luto, por mais que eu queira, nada eu vou ter.
Vida, oh vida, fria, injusta, sem nexo.


Renato Kubrusly.
02/09/2008

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