MiM

05:22 / Postado por Figgis /

Quem sou eu? Eu sou mim...
Eu sou mim, vivo em mim me escondendo do eu.
Desde quando eu tem o comando e eu, mim, perdi a luta? Virei prefeito corrupto de um corpo corrompido, cansado de lutar dou lugar ao eu que espera no falso mundo com desejo de tortura.
Quando menos espero, eu toma conta de mim, me sinto escorrido, extraído da essência, visualizando ações que eu tomo, que eu toma, mero espectador da própria semi-vida, deslocado como uma paulada na retina, escondido no espírito que foge e voa, deixando o recipiente vazio para recepcionar o vazio que é do eu. Que é, doeu.
Mas eu sou eu, parte de mim, ou seria eu, mim, parte do eu.
Não quero ser eu. Eu é monstro frio, andróide andrógeno, criatura da claridade da escuridão.
Quando sou eu, não vejo mim em mim.
Cada dia me torno mais eu e menos mim... não sei se sobrará muito de mim em mim, eu... eu...
Pois mim é fraco, agora sou mais eu!
Mim grita líquido adentro, pede ajuda com sinais de fumaça...
A eterna batalha entre mim e eu... duas forças opostas lutando pela mesma carcaça... todos perdem, eu me enfraqueço enfraquecendo a mim...
Eu quero paz... mim quer paz...
Eu vou embora...
Mim remorre nas cinzas...
Sem mais eu em eu, nem mais mim em mim. Sem mais eu em mim ou mim em eu.
Um recipiente vazio...

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